quarta-feira, 30 de setembro de 2009

De blog em blog (Cris Couto)

Queridos amigos(as), entrei no blog da Cris Couto (blog: Seja Bemvinho) li este texto e queria dividir com vocês. Fiquei pensando como fui pertencer a este universo tão vasto da culinária...eu particularmente começei o blog porque procurava tal receita e me deparei com um blog americano (da Chez Pim...) e gostei tanto das comidas, receitas, fotos, e falei comigo mesma que modo mais fascinante de se fazer comida....sim...virtualmente...mas trocando idéias com várias internautas é algo muito gratificante...acabei descobrindo comidinhas muito criativas, nutritivas, coloridas, suaves, alternativas entre outras gostosuras...depois acabei achando blogs em português o primeiro foi o da Elvira e consequentemente Senhor Prendado. Demorou para sair do projeto pois tenho filhos, casa para cuidar, e só seis meses depois postei minha primeira receita e o template meio apagadinho...não sei se alguma de vocês lembram...e fui, aliás ainda estou descobrindo várias coisas, até me pergunto hoje como fui capaz de montar o blog sozinha pois não entendia direito de web...isso também me atrasou...mas enfim saiu e hoje posso dividir a alegria que é postar, falar, dividir, comentar, confortar cada passo dos meus amigos da minha lista de blogs. E vocês como começaram o blog? Querem comentar sobre isso? Adoraria saber como cada uma de vocês tomou a iniciativa, qual a expectativa e importância que vocês tem da blogosfera em geral. Bejinhos e até mais :D

Segue abaixo o texto na integra da Cris Couto:

De blog em blog...

Uma leitora deste blog me pediu para postar o texto que preparei para minha apresentação ontem, no encontro de blogueiros na Livraria Cultura. Aí está:

Nos últimos anos, os blogs têm despertado tanto interesse que até o presidente da república resolveu ter o seu: de olho no espaço virtual, escolheu um blogueiro-jornalista que trabalhava no Greenpeace e levou-o para Brasília. O blog do planalto estreou no dia 1 de setembro, com 27 mil visitas em seu primeiro dia de funcionamento.

Mas a blogosfera não parece um lugar tão grande assim. Como diz a blogueira Carol Costa, do blog Guindaste, “blogs pessoais são como aquelas casas em que a porta fica sempre aberta – quem vem da rua, nem precisa dizer "'ôôô de casa!' para ir entrando. Pode chegar, abrir a geladeira e fuçar as gavetas sem ser pego em flagra."

Blogs de comida, a princípio, podem lembrar uma receita. Daquelas que, se quisermos, podemos fazer a olho, sem medida, do nosso jeito. Pois, para o bem e para o mal, o blog é uma instituição em si – não tem patrão, nem horário, nem lauda a cumprir. Seu texto não precisa passar pelo crivo de ninguém antes de ir a público. A blogosfera faz com que todos pareçam iguais – os que cozinham, os que tentam cozinhar, os que criticam, os que os lêem, os que ensinam, os que aprendem. Não é preciso ser especialista, basta ser amador. Mas se a receita falhar, seu leitor será implacável, e te abandonará.

De diário íntimo, os blogs, nos últimos anos, também passaram a postar aquilo que seu autor pensa, não só o que vive. Segundo o Technorati, somos 33 mil blogueiros que escrevem sobre o tema. E temos bastante daquilo que os cozinheiros de vanguarda tanto valorizam: a cumplicidade.

Navegar pelos food blogs americanos, os mais visitados, comentados e ranqueados, dá uma ideia de como um simples prazer — o de participar de uma comunidade e partilhar informações sobre um assunto sobre o qual todos tem algo a dizer — pode se tornar um negócio altamente especializado – e lucrativo. O blog Simply Recipes, por exemplo, afirma receber 3 milhões de visitas por mês – um prato cheio para qualquer anunciante.
David Leibovitz é um confeiteiro que combina receitas e histórias sobre Paris, cidade onde vive há 12 anos. Chegou a receber 900 comentários em um único post – justamente o que anuncia, para o início do ano que vem, um encontro entre dez blogueiros, que conduzindo workshops sobre como tornar seu blog de comida melhor, mais atraente e mais visitado.

Chez Pim é conduzido pela a tailandesa Pim Techamuanvivit, que largou a vida no vale do silício e resolveu escrever sobre comida. Em 2007, relatou em seu blog as visitas a 23 restaurantes triestrelados pelo Michelin, circuito que fez em 6 semanas. Suas receitas e histórias apareceram nas páginas do New York Times, Food & Wine Magazine, Bon Appétit e vários outros impressos. Está lançando um novo livro e atualmente, conta com uma legião de 142 mil seguidores fiéis.

Alguns viraram mesmo celebridade: O caso mais famoso é o da novaiorquina Julie Powell, uma secretária frustada que resolveu fazer, em um ano, todas as 524 receitas ensinadas por Julia Child no clássico Mastering the art of french cooking. O blog virou livro, que virou filme, estrelado por Meryl Streep.

Há ainda os blogs de dupla jornada – os que, teoricamente, alcançam duas vezes mais leitores. Chocolate and Zucchini, um dos mais antigos blogs de comida, é feito por uma jovem parisiense, e tem posts em inglês e francês.

Mas alguns falam de comida para além das receitas e histórias pessoais. Foodpolitics, da respeitadíssima acadêmica da New York University, a bióloga e nutricionista Marion Nestle, analisa o impacto da indústria alimentar sobre a saúde da nação americana. O especialista em vinhos Tyler Colman, autor do Dr. Vino’s wine blog, venceu em 2007 o American Wine Blog Awards por seu trabalho que explora as relações entre vinho, economia e política.

Mas, o que faz um blog de comida ter sucesso? O que publicar, o que deixar de publicar, como aumentar as visitas no seu blog? Cada um tem uma explicação – ou uma receita. A mais comum é a que compara o blog a uma conversa na mesa da cozinha – a natureza familiar, imediata e casual da sua escrita. Diferentemente dos livros de cozinha e das revistas, que trabalham numa via de mão única, visitar blogs é como pegar uma dica de receita de um bom amigo.

Ao analisar o fenômeno em artigo para a revista Food & Wine, o editor-contribuinte Pete Wells diz que blogs dizem respeito tanto ao conteúdo que apresentam quanto àquilo que esse conteúdo representa para o seu próprio autor. “Quando blogueiros são capazes de fixar o discurso ao qual se propõe, sua audiência e popularidade irão aumentar”.

Pois a maioria dos blogs e de hoje está centrada em torno de um tema, e não de um personagem que narra sobre si. Embora histórias pessoais possam fazer a diferença, elas funcionam somente no contexto do assunto sobre o qual o blog decidiu tratar.
Também pela possibilidade de interatividade, os blogs têm um alcance que as mídias tradicionais não podem oferecer, nem mesmo quando permitem contato entre leitores e seus articulistas em seções como “carta ao leitor”.

Alguns avisam, porém, que blogar sobre comida não é prá todo mundo, mas somente para aqueles que querem participar de uma comunidade, que desejam feedback – pois a interação entre o blogueiro e o leitor é um componente-chave para a vida de um blog.
Blogar é, também, a possibilidade de propor algo diferente, como um “novo título” no mercado virtual. Lisa Fain diz que começou seu blog quando percebeu que não havia ninguém escrevendo sobre comidas que podiam interessá-la. Ela é a autora do Homesick Texan, de comida texana.

Mas para Wells, um blog de sucesso deve respeitar alguns limites. Para ele, os food blogs não deveriam competir com meios impressos, como por exemplo, ao fazer crítica de restaurantes. O crítico do NY Times é muito bem pago prá isso, além de dispor de uma verba altíssima, justifica ele. O que os blogueiros de comida deveriam, sim, fazer, é analisar, criticar o trabalho feito pela grande mídia. É uma opinião com a qual poucos blogueiros e leitores devem concordar. Mas há ainda muitas outras opiniões a serem postas na mesa. Afinal, segundo uma recente pesquisa da F/Nazca, somos 65 milhões de internautas no país - e todos gostamos de comer.

15 comentários:

  1. Eu acho muito legal esse contato imediato via internet. Acho que com as neuras e correrias do mundo atual ajuda muito a espantar a solidao, pq familia nem sempre esta perto. Eu particularmente comecei o meu blog pq precisava falar abobrinhas, tenho uma necessidade patologica de fazer isso, pq ser mae as vezes estressa, pq quero trocar receitas, pq nao entendo tudo q acontece no mundo, enfim, qualquer coisa que venha a passar pela cabeça eu coloco la. Eu gosto, nao de me exibir pq nao me mostro muito mas adoro saber que alguma coisa q se passa na minha cabeça faz sentido pra outra pessoa. Se eu for doida pelo menos nao eh sozinha!ehehe
    Ai eh assim, um pouquinho de comida, um pouquinho de abobrinha e o blog vai indo. Entao sigo muitos blogs de culinaria, muitos de maternidade, alguns de abobrinhas e devaneios basicos e me divirto horrores quando consigo sentar aqui e ver o cantinho de cada um. Penso que algumas dessas pessoas devem ser fantasticas e adoraria conhecer, e com isso os amigos aparecem na vida da gente tbm, nao so online.

    Alias, cheguei aqui pelo blog da Verena, adoro ir de blog em blog! :D

    beijocas

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  2. Paula,
    É sempre interessante ler sobre os blogs (e food blogs, nossa área!). Gostei!
    beijinho.

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  3. Oi!!Paula.
    Também comecei meu blog não entendendo muito do assunto.E cada dia que passa vou aprendendo mais.Queria ter um lugar onde tivesse as minhas peripécias na cozinha.E visitando de blog em blog aprendo demais e fico encantada com a criatividade das pessoas.
    Gostei muito do artigo.
    Beijinhos

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  4. Paulinha, adorei o texto!
    Também comecei como você, assim, meio sem querer, mas com essa idéia na minha cabeça há alguns meses. Já pesquisava blogs de culinária para pegar dicas e receitas, e acabei me apaixonando por esse universo. Pensei: "E porque não criar o meu". Cá estou, rs.
    Confesso que amando cada dia mais, trocando idéias, conhecendo e me comunicando com pessoas bacanas, trocando experiências... é gostoso demais isso. É como se a gente conseguisse alcançar, cada uma de nós, um pedacinho da coziha da outra.
    Dividir é muito bom, e receber esse feedback também é sensacional, importante para manter vivo o blog.
    Adorei a postagem!
    Beijinhos!
    Thais

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  5. Paula adorei o post!
    Meu blog nasceu da leitura do livro citado acima, Julie & Julia - também estressada com meu trabalho, resolvi me propor um novo desafio! Minhas amigas e familiares sempre falaram que eu cozinho muito bem, que tudo que faço fica delicioso, que deveria mexer com algo relacionada a comida! E eu tmb ADORO cozinhar! Foi assim que o COM CAPRICHO surgiu! Bjinhos

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  6. Olá Paula! Acho que com todas nós foi assim mesmo, sem grandes pretenções, com intuito de apenas partilhar nossas peripécias na cozinha.
    Esse mundo(dos blogs)é mesmo fascinante!
    Agora que já estou mais familiarizada,estou adorando. Bjuss!!

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  7. Que delicia de post, e que delicia de blog!
    Euu comecei assim tbm, do nada... e a cada dia fico mais animada, por ver meus amigos comentando e me incentivando! Apesar deles me acharem muito "donadecasa" por isso... pois na minha idade a maioria das pessoas quer mais um miojo e pronto. hehehe mas eu nao... eu adoro fazer, e adoro mais ainda qdo as pessoas gostam do que eu faço! é mto gratificante! parabens! =*

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  8. Nossa amiga, que post legal!Isso é muito interessante mesmo, a gente começa meio que por acaso e, acaba virando vício....fora as amizades mundo a fora que a gente vai conquistando...eu comecei por insistencia da minha filha Thaís leão,´pra colocar as coisas que eu fazia, meus cupcakes, pinturas etc...acabou que virou um blog sobre tudo:arte, culinária, livros, abobrinhas....é exatamente como falou a amiga lá de um comentário: é como se fosse a casa da gente, sempre aberta, pra quem quiser entrar...
    Estou me realizando fazendo isso, pois adoro escrever(como vc deve estar notando nesse loooooogo comentário).
    Bem, é isso aí...
    Beijos mil

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  9. muito bom ..muito verdadeiro êsse texto...adorei ler todo..e obrigado por dividir..acho que com quase todos aconteceu mais ou menos dese jeito..bjus

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  10. Eu não fujo à regra. Comecei sem intenção nenhuma a não ser de ter um espaço para escrever minhas coisinhas, receber e dar receitas. Entrava diariamente no blog Rainhas do Lar para onde enviei várias receitas que foram postadas. A cada postagem, me sentia toda prosa, e minha filha sempre falando que iria fazer um blog para eu colocar todas as minhas receitas. Mas não saía da vontade. Um dia, com um tempinho livre, sentei na frente do computador e comecei a ler um livrinho com instruções como fazer o blog. Assim nasceu o GOSTOSURASSEMTRAVESSURAS. Não imaginava que conheceria tanta gente, nem que existia tantos blogs de culinária. Agora, visito diariamente meus queridos e sinto-me honrada por receber tantas visitas. Sem dúvida, a melhor parte é aumentar, com qualidade, o círculo de amizades.

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  11. Paula, o mundo dos blogs é mesmo incrível. Sabe que quando começei i meu foi pra falr sobre filhos e a vida de mãe? Aos poucos, fui incluindo minha paixão pelo mundo gastronomico e ai mudou tudo de vez. Beijão

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  12. Adorei o texto!
    E eu claro, não fujo a regra. O meu blog já está registrado tem uns 4 anos, mas sempre começava a criar um template e parava.
    Até que este ano, em fevereiro, meu marido disse que me ajudaria, e resolvi criar para além de dividir minhas experiências, dedicar aquele espaço as 3 mulheres mais importantes da minha vida, e com quem eu aprendi a cozinhar: minha mãe e minhas duas avós. O blog foi inaugurado no dia do aniversário da minha mãe, e o primeiro post foi em homenagem a estas mulheres.
    Beijos
    Fla

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  13. Olá Paula!
    Adorei o texto!
    Suas postagens sempre gostosas
    de ler e ver é claro rsrs...
    Querida uma ótima quinta-feira...
    Um grande beijo!

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  14. Dannah, Marly,Rosana, Thais, Paulinha, Rachel, Carla,Glorinha, Iliane,Welze, Carol, Fla,Simone...temos historias parecidas...obrigada por dividirem seus comentarios valiosos...amei saber como comecei parecido com o inicio de cada uma...bjooosss!!!

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  15. Olá Paula!
    O meu blog está apenas começando, mas já sinto muit prazer em postar as comidinhas que faço e as conversas que permeiam o cozinhar e o comer.
    Eu não tinha a intenção de blogar, só ficava, como diz o título, de blog em blog. Me encantava com as receitas e principalmente com os blogueiros que escreviam de forma tão interessante e gostosa. E imaginava como devia ser difícil manter um blog, e é mesmo.
    Até que meu marido me incentivou a fazer meu próprio blog. Eu não acreditava que seria capaz, nem gosto muito de escrever, mas ele disse que eu escrevo bem e cozinho melhor ainda e me convenceu.
    Então nasceu a Mesa de Jantar.
    É muito bom ver as pessoas sentando na minha mesa e saboreando meus posts :)
    Bjão

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